quarta-feira, junho 29, 2011

A saída de Villa-Boas

Luís André Villas-Boas optou por sair para o Chelsea e quase todos os adeptos entraram numa de indignação como se isto não fosse previsivel, após tudo o que se sucedeu na época 2010/2011 que agora ficou para a história.
Só no fórum Portal dos Dragões, após o dia em que se confirmou a saída de "AVB", foram cerca de 90 páginas com 20 mensagens cada, dedicadas à indignação pela saída do técnico, tudo isto em sete dias. E não li por lá uma única que não entrasse no insulto e no ressabianço contra AVB.
E é isso que não entendo. Por muito que um profissional afirme que adora onde trabalhe, que irá ficar até ao fim do contrato, que ganha o suficiente, que não sonha em ir trabalhar para mais lado algum, etc, etc, já se sabe que quando o dinheiro acena em grande é muito dificil resistir. O desejo de hoje de tentar ascender monetariamente e mediaticamente é tão forte que se aproveita qualquer hipótese para os obter.
No meio disto tudo só havia uma coisa que poderia ter ficado por revelar, e que foi dado a conhecer por Pinto da Costa nos tais Jantares de Campeões, a história da cadeira de sonho. Quando o presidente falou nisto parece que ficou uma ideal geral na cabeça dos portistas que a saída de AVB seria evitável. Passado umas duas semanas lá vinha o balde de água fria. E não havia necessidade porque já se sabe que estas fidelidades no futebol nunca acontecem, nunca aconteceram e nunca irão acontecer, pelo menos enquanto for o dinheiro a ditar tudo e mais alguma coisa.
Compreendo que como AVB fosse portista, realmente estivesse satisfeitíssimo com a sua estadia no Porto e que tenha sido um sonho concretizado o facto de se ter sentado na cadeira de sonho. No entanto, Abramovich, com o aceno das libras e com o hábito de copiar métodos de trabalho do Porto para atingir os mesmos resultados, lá fez o melhor que podia.

Quanto ao clube, tem-se falado nas saídas por arrasto de Falcão e Moutinho. Nada mais uma vez que surpreenda pois as transferências de treinadores de sucesso vêm sempre sendo acompanhadas pelas de jogadores considerados essenciais ao plantel campeão. Para a saída de Falcão a nação portista já parece estar mentalizada, agora para a de Moutinho talvez não. E se se confirmar a sua saída serão mais umas 90 páginas de frustração e mal-dizer.